terça-feira, 17 de março de 2009

Paradigmas

Todo andarilho cai ás vezes.

Nem toda rosa tem espinhos.
Nem todos os pássaros têm ninho.
Nem todas as noites faz frio.

Nem todo adeus dura pra sempre.
Nem tudo que é teu, é teu somente.
Nem toda dor nos parte a alma.
Nem todo conforto nos acalma.

Nem toda manhã é alegria.
Nem toda rima é poesia.
Nem todo precipício tem um fim.
Nem tudo o que quiz, eu precisava.
Nem todas que amei me amavam.

Nem todo pobre é preto.
Nem todo proletário é otário.
Nem todo trabalho é escravo.
Nem todo dinheiro tem valor.

Nem toda prostituta é ousada.
Nem toda criança é amada.
Nem toda mulher é sensível.
Nem todo homem é idiota.

Todo campeão perdeu algumas vezes.

Lucas Matos

segunda-feira, 9 de março de 2009

Sem Título

Esta é uma poesia que reflete bem o sentimento de um homem desesperado, sem perspectivas, totalmente machucado. Na sua mente não há solução para os seus problemas todos são como fantasmas, o mundo não tem cor e o próximo passo é o suicídio. Eu já fui esse homem, escrevo o que sou e o que, às vezes as pessoas me parecem ser, não sou um poeta imaturo o suficiente para acreditar que a poesia é só "poesia". Em muitas situações nós somos partes do verso, em outras somos quase uma estrofe sangrenta, nojenta, como a métrica.
Escrever é um ato de coragem, exige convicção, caráter e força. Quem não tem o mínimo dessas habilidades, seria melhor ler... é menos constrangedor. O poeta ao passo que é silêncio é escândalo. Pense nisso ao escrever o próximo verso.
Grita.
E como se uma agulha lhe invadisse
ou o ar lhe faltasse,
se debate, contorce sua mente
exasperado, pede socorro.

Soluça.

Afinal não tem mais jeito
se debruça no peito de alguém
já não tem razão, nem solução.

Enlouquece.

Tudo gira ao redor
tem pavor, se esconde, se mata.

Fenece.

Lucas Matos