sábado, 13 de dezembro de 2008

Profissão de Papel

Eu escrevi muitos lamentos
já desdenhei do passado,
no futuro eu não via sentido
nem nessas páginas em branco.

Chovia invernos na cidade
as nuvens, pesadas, caiam
enquanto eu tecia, em silêncio,
palavras.

Foi um tempo difícil,
o meu sangue virou prata
liquefeito, derreti o meu peito
em lágrimas, em lágrimas.

Eu até tentei parar
mas, como todo escritor fatalista,
achava que era cedo demais.
Sou artista.

Continuei escrevendo.
Muita dor, foi crescendo
dentro de mim,
A saudade.

Em algum dia, acabaria
pelo menos os meus pensamentos
esquceria todos os momentos,
mas com medo, tornaria a escrever.

Medo de quê?
Dos meus versos inacabados
dos meus sonetos perdidos
dos meus próprios atos.

Eu escrevi essa vida bem curta
Revivi meus sentimentos, em busca
da felicidade.
Encontrei! Ah, Encontrei!
Que saudade!

Lucas Matos

2 comentários:

Fabrício de Queiroz disse...

Mas não pare, não pare. Senão perco um colega de versos e uma fonte de inspiração.

Mas, a saudade motiva.


Abraços

Paula Barros disse...

Lucas, vim do blog do Fabrício, que indica o seu.

Você escreve puro sentimento. Chega a latejar suas poesias, como o sangue a correr nas veias.

Muito intensas.

abraços